Sabe quando você tem uma data que não pode esquecer? Pois bem, este mês é super especial para Passo de Torres, já que os Molhes do Rio Mampituba completam 50 anos de existência. Conheça a seguir, mais detalhes sobre essa obra tão importante para o município.
Durante os anos 60, a cidade de Passo de Torres, ainda então uma extensão de São João do Sul, vivia um período de crescimento centrado na pesca. No entanto, a ausência de uma infraestrutura marítima adequada fazia com que os pescadores enfrentassem adversidades frequentes. A foz do Rio Mampituba, por sua instabilidade natural, limitava a navegação, sendo propícia apenas para barcos menores, muitas vezes sujeitos às condições do mar, resultando, em alguns casos, até em naufrágios.
Pescadores de Passo e da cidade de Torres, juntamente com proprietários e posseiros de terrenos na região, por meio de reivindicações frequentes aos governantes, buscavam solucionar o problema, e assim, beneficiar não somente a economia local mas também garantir a segurança e bem-estar das comunidades próximas ao rio Mampituba, minimizando os riscos de inundações durante as cheias.
1968 foi um ano emblemático, marcando o começo das obras de infraestrutura. Guias de correntes foram implantadas para direcionar o começo da foz. Esta intervenção deslocou a foz do seu curso original. Anteriormente, o rio era influenciado pelas forças costeiras, desembocando mais ao norte do que hoje.
Com essa alteração, um trecho do rio transformou-se na atual Lagoa da Barra ou “Braço Morto”. Próximo a esta lagoa, surgiu uma faixa arenosa que rapidamente se tornou atrativa para construção, originando o bairro de Pasárgada. Esta mudança geográfica, curiosamente, também redefiniu fronteiras: Pasárgada, que pertencia ao Rio Grande do Sul, passou a ser território catarinense. (conforme foto abaixo).
O auge do projeto deu-se com a edificação dos molhes, estruturas imponentes que direcionaram as águas do rio. Para assegurar sua durabilidade contra as forças oceânicas, além das pedras, foram utilizados tetrápodes, blocos de concreto especialmente projetados para essa finalidade.
Ao serem finalizadas em 1973, as obras dos molhes não apenas transformaram a paisagem local, mas também solidificaram a importância da colaboração comunitária.
Embora os molhes tenham representado progressos significativos, é importante salientar que o projeto não foi finalizado conforme o plano original e ainda hoje geram transtorno aos pescadores, devido aos bancos de areia que ressurgiram na desembocadura do Rio Mampituba.
Celebrar os 50 anos dos Molhes do Rio Mampituba é mais do que recordar um marco geográfico; é honrar meio século de determinação, progresso e comunitarismo em Passo de Torres, concorda?
Fonte: Estudo de caso: Molhes do Mampituba e praias adjacentes.
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